Trata-se do registro fotográfico de uma performance artística. Pertence a uma fase da artista na qual interage diretamente com seu corpo, enquanto possibilidade plástica, em sintonia a elementos que compõe visualmente suas intenções subjetivas.
As unhas vermelhas, simbolicamente remetem à energia vital corporificada em entrelaçamento poético ao tule, elemento que afetado pelo sol que acompanha a trajetória do trabalho, imanta o etéreo, imaterial da nuvem... o que se vê, mas não se toca.
Busca refletir aonde, em que momento as vivências destes dois mundos (etéreo/corpóreo) se tocam, se fundem, se confundem, tangenciando-se.
Foi fotografada por Giovanna Barbosa, seguindo o conceito proposto pela artista plástica/ visual Criss Oliveira.
Este trabalho engloba registro em foto de performance, contando com a participação de aproximadamente 200 rosas vermelho-sangue confeccionadas em feltro pela artista, que usa a visualidade simbólica para provocar reflexões amplas no sentido dos passos próprios de cada um, aonde levam, por onde pisam? Nos espinhos...e/ou nas pétalas? Seriam percebidas as “rosas” nos caminhos cotidianos que constroem as vidas de todos nós? Tão impregnadas que são de poesia tanto quanto de sangue, vital...
...fala de um caminho, real em terra batida, e de vida...trilhado e que se refaz a cada passo, em reconstrução constante através do passo seguinte.
Seguindo a ‘trilogia’ com Corpo e Nuvem/ 2008 e Memorial da Espera/2009,”... de sangue e rosas...” traz novamente , o encontro de “dois mundos”, aonde a sutileza da feminilidade se expressa no paradoxo entre fragilidade e força.
... de sangue e rosas.... em 2009 foi exposto como instalação em área externa com a utilização de 400 rosas, na exposição Zona Oculta- entre o público e o privado no CEDIM / RJ .
Esta série composta por duas instalações e livros-objeto, livros de rolo – sensórios, vivos em presença e pulsão, reflete a trajetória de um período de espera e o caminho pelo qual a mesma se formula. Traz a tona íntimas vivências e sentimentos compartilhados por quem se enxerga através da ótica da passividade imposta no desafio de aguardar sereno o que se deseja de imediato.
Percebe-se que o tempo de espera difere do tempo da vivência plena dos fatos. O primeiro, passa arrastado... dá-nos a confidência de que na verdade não deseja passar.....
... o segundo parte rápido, rasteiro, quase que voa, deixando sempre o gosto da insuficiência dele próprio... vibra feliz em desgoverno caótico.
A partir destas premissas, chega-se ao tempo correndo em diferentes fusos... a emoção contida pela expectativa do encontro prometido, ansiado...o registro de um processo lento, prenhe de silêncios letais e de palavras de amor, de dor e esperança... de imagens reais? Ou serão virtuais? ...imaginadas, criadas através do perigo de ultrapassar a barreira do desconhecido, sem preparo, sem proteção, sem resguardo racional...
...esta espera que cheira a canela... que se enrola e desenrola por sobre si mesma, dentro de,por consequência de... alternando a cada dia que passa, cheio de suas horas, num devir saudade, a dor do sentimento que não foi... ainda saciado, com a miragem assustadoramente real do segundo anterior à concretização plena.
...que está na atmosfera da vida dos que se envolvem inconsequentes, apaixonadamente no desejo do que não é acessível, simples, palpável... porém, sedutor e etéreo, feito de sonho... perfeito e perigoso por ser ilusório,traiçoeiro...
...da lucidez que se confunde, louca, entre duas línguas, dois mundos, universos... distantes e próximos na frieza e calor do tempo que corre impune e insensível arrastando ilusões, recriando o sentido, o foco, que morre e renasce amadurecido pela dor... atando e desatando os “nós”...calmamente... à revelia da urgência de quem espera.
...da paciência, que transmutando o desespero surdo, vital, traduz em lirismo, na arte... a necessidade de sua existência, alquimizando-o, em busca de paz.
...por um fio...
Esta instalação aborda a distância, novamente explícita entre dois mundos, com sua dor materializada em um fio de aço, conector frio, forte porém em sua dualidade,frágil... sendo tão tênue, passível de a qualquer momento ser quebrado. A rosa vermelho sangue em paradoxo ao frio fio, remonta à passionalidade refreada.
Escultura cuja poética é relativa ao elemento primordial – ÁGUA...
Sua solidez plástica se contrapõe ao que a inspirou... a operação alquímica raiz que a designa pretende transformar sólidos em líquidos, desencadeando portanto através disto o processo reflexivo que SOLUTIO propõe.
Os trabalhos desta série tratam em sua poética, da efemeridade da matéria... buscando transparecer através da aquarela em suas nuances respingadas de vazios significativos,mínimos e preciosos territórios delicadamente costurados interna e externamente.